quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

VERGONHA E DESMORALIZAÇÃO

247.O que é fato, sim, é que desta enorme desagregação do Protestantismo nascem 3 conclusões muito claras que ninguém poderá negar: a primeira é que daí resulta UMA GRANDE VERGONHA E DESMORALIZAÇÃO PARA A RELIGIÃO CRISTÃ.

Topamos frequentemente com homens indiferentes em matéria de religião, os quais alegam nada saberem de certo sobre este assunto, porque, dizem eles, há um grande número de religiões no mundo e todas pretendem ser a religião verdadeira. Pode-se argumentar mostrando a imensa, clara, a indiscutível superioridade da Religião pregada por Cristo sobre todas as religiões pagãs que já existiram no mundo.

Mas o que não se pode evitar é a pergunta desconcertante que vem depois. E como posso eu saber qual é a religião de Cristo, se são inúmeras as religiões cristãs existentes e todas pretendem ser a verdadeira religião do Rabi da Galiléia?

Não há dúvida que Jesus Cristo deixou sinais evidentes para que se conheça a sua verdadeira Igreja; a quem tenha o sincero amor da verdade, a demonstração cabal pode ser feita em face da Bíblia e da história do Cristianismo. Mas agora perguntamos: quem é responsável por esta deplorável confusão que lavra no espírito daqueles que não se decidiram por uma religião, pelo fato de se assombrarem com o número excessivo de denominações existentes? É a Igreja Católica, que sempre foi UMA e INDIVISÍVEL ou é o Protestantismo que dando com o seu livre exame a cada um o direito de formular doutrinas novas, à vontade, interpretando a Bíblia, como bem entende, encheu o mundo de novos credos que se dizem cristãos? Se este homem de quem falamos, cita 50 e poucas religiões cristãs, podemos estar certos de que 50 são seitas protestantes. Se mostra conhecer o nome de cento e poucas, de duzentas e poucas ou de trezentas e poucas; vá-se verificar e se veja se deste número de denominações citadas, as 100, as 200 ou as 300 não são divisões existentes no seio do Protestantismo!


Pior ainda é a confusão lançada pelas seitas protestantes nas terras de infiéis, onde ainda predomina o paganismo, confusão a que víamos há pouco referir-se o bispo anglicano de Bombaim. A Igreja Católica sempre se entregou ao trabalho das Missões, procurando levar aos pagãos o conhecimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. Foi ela que evangelizando os bárbaros, tornou cristãs todas as nações da Europa. Antes de existir o Protestantismo que só apareceu no século XVI, a doutrina que os cristãos apresentavam aos povos pagãos se impunha pela sua unidade, pela sua firmeza, pela sua estabilidade; era em toda a parte um sói Deus Uno e Trino, um só Batismo, um só Credo, uma só Religião.

O Protestantismo que durante 3 séculos quase nada fez neste assunto, começou a partir do século XIX, a interessar-se vivamente pelas Missões, mandando também inúmeros emissários para conquistar os pagãos de toda a parte do mundo. Mas desgraçadamente a religião que eles apresentam é um Cristianismo dividido, sujeito a discussões sobre todos os pontos. Chega o missionário de uma seita e batiza as crianças; chega depois um de outra e diz que o batismo não é necessário para ninguém. Um ensina a existência do inferno; outro diz que é mentira: o inferno não existe, é uma mera ilusão. Um manda descansar no sábado; outro manda descansar no domingo. Um prega a divindade de Jesus Cristo; outro a nega peremptoriamente. Um tem como ponto central de suas pregações o próximo fim do mundo; outro vem depois e assevera que esta proximidade do último dia é uma mera hipótese sem fundamento. E assim por diante. E no meio desta baralhada tremenda, cada qual se esforça por demonstrar que a seita dos outros é falsa e que a verdadeira é a sua, porque o que vão levar aos pagãos não é o ensino da Igreja de Jesus Cristo, tal qual veio desde o começo, desde os tempos do Salvador; o que vão levar-lhes é, por causa do livre exame, a sua interpretação pessoal a respeito do Evangelho. E os pagãos ficam a pensar, com bastante razão, se não era muito melhor que, antes de procurar atrair os outros para a sua doutrina, os cristãos primeiro chegassem a um acordo entre si e descobrissem, no meio de tantas opiniões, tão diversas, tão desencontradas, onde é que se acha a verdadeira doutrina do Evangelho.

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