O CONTEXTO
374. S. Paulo começa recomendando a Timóteo que se façam orações por todos os homens: “Eu te rogo, pois, antes de tudo, que se FAÇAM SÚPLICAS, ORAÇÕES, PETIÇÕES, ações de graças POR TODOS OS HOMENS, pelos reis e por todos os que estão elevados em dignidade, para que vivamos uma vida sossegada e tranqüila em toda a sorte de piedade e de honestidade, porque isto é bom e agradável diante de Deus, nosso Salvador (1ª Timóteo 2,3-4).
Aconselhando que se reze POR TODOS OS HOMENS e apresentando isto como agradável aos olhos de Deus, S. Paulo dá o motivo:
“Isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador, que quer que TODOS OS HOMENS SE SALVEM e que cheguem a ter o conhecimento da verdade” (1ª Timóteo 2,3-4).
Digamos, entre parênteses que à primeira vista parece haver aí um contra-senso. Devemos rezar por todos, porque Deus quer que todos se salvem. Mas se Deus quer que todos se salvem. Ele que pode tudo e que tem todas as graças nas suas mãos, que necessidade há de que rezemos?
Não há nenhum contra-senso, desde que se considerem os desígnios sapientíssimos de Deus. Deus dá a todos a graça suficiente para a salvação. Se o homem rejeita esta graça, está necessitando de graças maiores e mais abundantes. Estas graças, Deus não está obrigado a conceder, mas quis na sua imensa sabedoria e benevolência, subordiná-las aos nossos pedidos e orações. Rezemos, e graças maiores e mais abundantes cairão do Céu, tanto para nós, como também para os outros. E será maior o número dos que se salvam.
Continuando a ilustrar a sua tese de que devemos rezar por todos os homens, S. Paulo acrescenta uma nova razão: Porque SÓ HÁ UM DEUS E SÓ HÁ UM MEDIADOR ENTRE DEUS E HOMENS, que é Jesus Cristo homem, QUE SE DEU A SI MESMO PARA REDENÇÃO DE TODOS (1ª Timóteo 2,5-6).
Eis aí por que havemos de rezar por todos: somos todos irmãos, uma vez que há um só Deus, Deus é o Pai de todos; somos todos irmãos, porque fomos todos remidos pelo sangue de Jesus Cristo. Jesus não morreu só pelos cristãos ou só pelos eleitos, como têm ensinado muitos protestantes, mas morreu por todos. Se muitos não se salvam, a culpa é deles; pois a morte de Cristo alcançou a graça suficiente para dar a salvação a todos, mesmo àqueles que, sem culpa sua, nunca ouviram falar no Divino Salvador. De modo que S. Paulo mesmo se encarrega de dizer em que sentido Ele chama Jesus ÚNICO MEDIADOR; é neste sentido de que SE DEU A SI MESMO PARA REDENÇÃO DE TODOS (1ª Timóteo 2,6).
Ora, isto é claramente o que ensina a Igreja Católica. Jesus é o Único Salvador, porque só Ele podia oferecer a Deus uma reparação suficiente pelos nossos pecados e assim se pôs como um MEDIADOR, como UM INTERMEDIÁRIO entre Deus e os homens, a fim de operar a nossa reconciliação com Deus. Para efetuar esta reconciliação, era preciso que Ele fosse homem e ao mesmo tempo Deus, pois como diz S. Anselmo: “Os homens eram mortais e pecadores e Deus, com quem haviam de reconciliar-se para serem salvos, era imortal e sem pecado. Era preciso que O MEDIADOR ENTRE DEUS E OS HOMENS, tivesse algo de igual aos homens, porque sendo só igual a Deus estaria longe dos homens e sendo igual aos homens estaria longe de Deus, e assim não seria MEDIADOR. De modo que entre os mortais pecadores e o Justo Imortal apareceu Aquele que era mortal como os homens e justo como Deus.”.
Se chamamos os santos MEDIADORES no sentido de que eles oram a Deus por nós, então já é outro assunto, porque não dizemos absolutamente que Maria Santíssima, nem que nenhum SANTO DEU A SUA VIDA PELA NOSSA REDENÇÃO. E a prova de que S. Paulo chamando Cristo ÚNICO MEDIADOR, estava tomando esta palavra no sentido de SALVADOR e não no de INTERCESSOR, é que exatamente neste mesmo momento, neste mesmo trecho, ele estava aconselhando Timóteo a rezar por todos os homens, portanto a INTERCEDER por eles; estava aconselhando que os cristãos rezassem por todos os homens, portanto fossem INTERCESSORES perante Deus em favor de todos eles. E se aqui na terra, podemos rezar pelos homens sem que isto seja injúria a Nosso Senhor Jesus Cristo, Único Mediador, por que motivo então os santos não podem rezar também por eles lá na glória celeste? Se Jesus Cristo, como entendem os protestantes, quer ser o Único Intercessor, não quer que ninguém reze pelos outros, então S. Paulo estaria errado, pedindo aos fiéis que rezassem por todos os homens, São Paulo estaria errado recomendando-se tantas vezes às orações dos fiéis.
Com efeito, pede aos Efésios que rezem por todos os fiéis e POR ELE: Tomai, outrossim, o capacete da salvação e a espada do espírito ( que é a palavra de Deus) orando em todo o tempo... E ROGANDO POR TODOS OS SANTOS E POR MIM, para que me seja dada no abrir da minha boca palavra com confiança, para fazer conhecer o mistério do Evangelho (Efésios 6,17 -19). Aos Romanos pede também o auxílio das orações: “rogo-vos, pois, ó irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do Espírito Santo, que ME AJUDEIS COM AS VOSSAS ORAÇÕES POR MIM A DEUS, para que eu seja livre dos infiéis que há na Judéia e seja grata aos santos de Jerusalém a oferenda do meu serviço.” ( Romanos 15,30-31). Em ambas as epístolas aos Tessalonicenses pede orações: “Irmãos, ORAI POR NÓS (1ª Tessalonicenses 5,25). “Irmãos, ORAI POR NÓS, para que a palavra de Deus se propague e seja glorificada como também no é entre vós, para que sejamos livres de homens importunos e maus, porque a fé não é de todos” ( 2ª Tessalonicenses 3,1-2). Aos Hebreus diz: “ORAI POR NÓS, porque temos a confiança de dizer que em nenhuma coisa nos acusa a consciência, desejando em tudo portar-vos bem. E com mais instância vos rogo que façais isto, para que eu vos seja mais depressa restituído (Hebreus 13,18-19). Aos Colossenses diz, em seu nome e no de Timóteo, que oram sempre por eles: “Graças damos a Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, ORANDO SEMPRE POR VÓS” (Colossenses 1,3).
Quando Pedro é encarcerado, a Igreja em peso se põe a orar por ele: “E Pedro estava guardado na prisão a bom recado. Entretanto PELA IGREJA se fazia sem cessar ORAÇÃO A DEUS POR ELE.” (Atos 12,5).
Se Cristo é o Único Mediador, neste sentido de que só Ele é que pode interceder a Deus pelos homens, não se explicam absolutamente estas orações que devem ser feitas de uns pelos outros.
Vendo estes exemplos das Escrituras, todos os protestantes costumam pedir reciprocamente dentro da sua seita, o auxílio das orações. E aí é que se mostra toda a sua falta de lógica. Se eles pedem as orações dos outros, se S. Paulo dizia aos fiéis que ainda estavam aqui na terra: ORAI POR NÓS (1ª Tessalonicenses 5,25,2ª Tessalonicenses 3,1-2, Hebreus 13,18), por que é, então, que não podemos dizer: ORAI POR NÓS, àqueles que já se encontram na glória, na presença de Deus? Era já o argumento que o grande Doutor da Igreja, São Jerônimo empregava contra o herege Vigilâncio: “Dizes no teu libelo que, enquanto vivemos, podemos orar por nós reciprocamente; depois que morrermos, não há de ser ouvida a oração de ninguém por outro apesar de que os mártires não cessam de pedir a vingança do seu sangue ( Apocalipse 6,10). Se os Apóstolos e os mártires, ainda quando estão em seu corpo, ainda quando devem estar solícitos a respeito de si próprios, podem rezar pelos outros, quanto mais depois das coroas, das vitórias e dos triunfos!... Depois que começaram a estar com Cristo, valerão menos? Será que Paulo Apóstolo... não poderá nem tugir nem mugir, em favor daqueles que em todo mundo creram no Evangelho que em todo mundo creram no Evangelho que ele pregou?.... Tu, vigilando dormes, dormindo escreves.” ( Contra Vigilâncio nº6).
374. S. Paulo começa recomendando a Timóteo que se façam orações por todos os homens: “Eu te rogo, pois, antes de tudo, que se FAÇAM SÚPLICAS, ORAÇÕES, PETIÇÕES, ações de graças POR TODOS OS HOMENS, pelos reis e por todos os que estão elevados em dignidade, para que vivamos uma vida sossegada e tranqüila em toda a sorte de piedade e de honestidade, porque isto é bom e agradável diante de Deus, nosso Salvador (1ª Timóteo 2,3-4).
Aconselhando que se reze POR TODOS OS HOMENS e apresentando isto como agradável aos olhos de Deus, S. Paulo dá o motivo:
“Isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador, que quer que TODOS OS HOMENS SE SALVEM e que cheguem a ter o conhecimento da verdade” (1ª Timóteo 2,3-4).
Digamos, entre parênteses que à primeira vista parece haver aí um contra-senso. Devemos rezar por todos, porque Deus quer que todos se salvem. Mas se Deus quer que todos se salvem. Ele que pode tudo e que tem todas as graças nas suas mãos, que necessidade há de que rezemos?
Não há nenhum contra-senso, desde que se considerem os desígnios sapientíssimos de Deus. Deus dá a todos a graça suficiente para a salvação. Se o homem rejeita esta graça, está necessitando de graças maiores e mais abundantes. Estas graças, Deus não está obrigado a conceder, mas quis na sua imensa sabedoria e benevolência, subordiná-las aos nossos pedidos e orações. Rezemos, e graças maiores e mais abundantes cairão do Céu, tanto para nós, como também para os outros. E será maior o número dos que se salvam.
Continuando a ilustrar a sua tese de que devemos rezar por todos os homens, S. Paulo acrescenta uma nova razão: Porque SÓ HÁ UM DEUS E SÓ HÁ UM MEDIADOR ENTRE DEUS E HOMENS, que é Jesus Cristo homem, QUE SE DEU A SI MESMO PARA REDENÇÃO DE TODOS (1ª Timóteo 2,5-6).
Eis aí por que havemos de rezar por todos: somos todos irmãos, uma vez que há um só Deus, Deus é o Pai de todos; somos todos irmãos, porque fomos todos remidos pelo sangue de Jesus Cristo. Jesus não morreu só pelos cristãos ou só pelos eleitos, como têm ensinado muitos protestantes, mas morreu por todos. Se muitos não se salvam, a culpa é deles; pois a morte de Cristo alcançou a graça suficiente para dar a salvação a todos, mesmo àqueles que, sem culpa sua, nunca ouviram falar no Divino Salvador. De modo que S. Paulo mesmo se encarrega de dizer em que sentido Ele chama Jesus ÚNICO MEDIADOR; é neste sentido de que SE DEU A SI MESMO PARA REDENÇÃO DE TODOS (1ª Timóteo 2,6).
Ora, isto é claramente o que ensina a Igreja Católica. Jesus é o Único Salvador, porque só Ele podia oferecer a Deus uma reparação suficiente pelos nossos pecados e assim se pôs como um MEDIADOR, como UM INTERMEDIÁRIO entre Deus e os homens, a fim de operar a nossa reconciliação com Deus. Para efetuar esta reconciliação, era preciso que Ele fosse homem e ao mesmo tempo Deus, pois como diz S. Anselmo: “Os homens eram mortais e pecadores e Deus, com quem haviam de reconciliar-se para serem salvos, era imortal e sem pecado. Era preciso que O MEDIADOR ENTRE DEUS E OS HOMENS, tivesse algo de igual aos homens, porque sendo só igual a Deus estaria longe dos homens e sendo igual aos homens estaria longe de Deus, e assim não seria MEDIADOR. De modo que entre os mortais pecadores e o Justo Imortal apareceu Aquele que era mortal como os homens e justo como Deus.”.
Se chamamos os santos MEDIADORES no sentido de que eles oram a Deus por nós, então já é outro assunto, porque não dizemos absolutamente que Maria Santíssima, nem que nenhum SANTO DEU A SUA VIDA PELA NOSSA REDENÇÃO. E a prova de que S. Paulo chamando Cristo ÚNICO MEDIADOR, estava tomando esta palavra no sentido de SALVADOR e não no de INTERCESSOR, é que exatamente neste mesmo momento, neste mesmo trecho, ele estava aconselhando Timóteo a rezar por todos os homens, portanto a INTERCEDER por eles; estava aconselhando que os cristãos rezassem por todos os homens, portanto fossem INTERCESSORES perante Deus em favor de todos eles. E se aqui na terra, podemos rezar pelos homens sem que isto seja injúria a Nosso Senhor Jesus Cristo, Único Mediador, por que motivo então os santos não podem rezar também por eles lá na glória celeste? Se Jesus Cristo, como entendem os protestantes, quer ser o Único Intercessor, não quer que ninguém reze pelos outros, então S. Paulo estaria errado, pedindo aos fiéis que rezassem por todos os homens, São Paulo estaria errado recomendando-se tantas vezes às orações dos fiéis.
Com efeito, pede aos Efésios que rezem por todos os fiéis e POR ELE: Tomai, outrossim, o capacete da salvação e a espada do espírito ( que é a palavra de Deus) orando em todo o tempo... E ROGANDO POR TODOS OS SANTOS E POR MIM, para que me seja dada no abrir da minha boca palavra com confiança, para fazer conhecer o mistério do Evangelho (Efésios 6,17 -19). Aos Romanos pede também o auxílio das orações: “rogo-vos, pois, ó irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do Espírito Santo, que ME AJUDEIS COM AS VOSSAS ORAÇÕES POR MIM A DEUS, para que eu seja livre dos infiéis que há na Judéia e seja grata aos santos de Jerusalém a oferenda do meu serviço.” ( Romanos 15,30-31). Em ambas as epístolas aos Tessalonicenses pede orações: “Irmãos, ORAI POR NÓS (1ª Tessalonicenses 5,25). “Irmãos, ORAI POR NÓS, para que a palavra de Deus se propague e seja glorificada como também no é entre vós, para que sejamos livres de homens importunos e maus, porque a fé não é de todos” ( 2ª Tessalonicenses 3,1-2). Aos Hebreus diz: “ORAI POR NÓS, porque temos a confiança de dizer que em nenhuma coisa nos acusa a consciência, desejando em tudo portar-vos bem. E com mais instância vos rogo que façais isto, para que eu vos seja mais depressa restituído (Hebreus 13,18-19). Aos Colossenses diz, em seu nome e no de Timóteo, que oram sempre por eles: “Graças damos a Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, ORANDO SEMPRE POR VÓS” (Colossenses 1,3).
Quando Pedro é encarcerado, a Igreja em peso se põe a orar por ele: “E Pedro estava guardado na prisão a bom recado. Entretanto PELA IGREJA se fazia sem cessar ORAÇÃO A DEUS POR ELE.” (Atos 12,5).
Se Cristo é o Único Mediador, neste sentido de que só Ele é que pode interceder a Deus pelos homens, não se explicam absolutamente estas orações que devem ser feitas de uns pelos outros.
Vendo estes exemplos das Escrituras, todos os protestantes costumam pedir reciprocamente dentro da sua seita, o auxílio das orações. E aí é que se mostra toda a sua falta de lógica. Se eles pedem as orações dos outros, se S. Paulo dizia aos fiéis que ainda estavam aqui na terra: ORAI POR NÓS (1ª Tessalonicenses 5,25,2ª Tessalonicenses 3,1-2, Hebreus 13,18), por que é, então, que não podemos dizer: ORAI POR NÓS, àqueles que já se encontram na glória, na presença de Deus? Era já o argumento que o grande Doutor da Igreja, São Jerônimo empregava contra o herege Vigilâncio: “Dizes no teu libelo que, enquanto vivemos, podemos orar por nós reciprocamente; depois que morrermos, não há de ser ouvida a oração de ninguém por outro apesar de que os mártires não cessam de pedir a vingança do seu sangue ( Apocalipse 6,10). Se os Apóstolos e os mártires, ainda quando estão em seu corpo, ainda quando devem estar solícitos a respeito de si próprios, podem rezar pelos outros, quanto mais depois das coroas, das vitórias e dos triunfos!... Depois que começaram a estar com Cristo, valerão menos? Será que Paulo Apóstolo... não poderá nem tugir nem mugir, em favor daqueles que em todo mundo creram no Evangelho que em todo mundo creram no Evangelho que ele pregou?.... Tu, vigilando dormes, dormindo escreves.” ( Contra Vigilâncio nº6).
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