quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Educação ou Deformação?

Educação ou deformação?
Olavo de Carvalho

O pronunciamento do MEC, que considerou inconstitucional a legalização do homeschooling por violar o direito de todos à educação gratuita, é só mais um exemplo do barbarismo que, a pretexto de educar nossos filhos, lhes impõe todo um sistema de deformidades mentais e morais para fazer deles idiotas criminosos à imagem e semelhança de nossos governantes.
Lembrem o que eu disse dias atrás, sobre as afirmações que não podem ser discutidas, apenas analisadas como sintomas da demência que as produziu. O parecer do MEC sobre o homeschooling inclui-se nitidamente nessa categoria. Desde logo, um direito que, sob as penas da lei, se imponha ao seu alegado beneficiário como uma obrigação, não é de maneira alguma um direito. Direito, como bem explicava Simone Weil, é obrigação reversa: se tenho um direito, é porque alguém tem uma obrigação para comigo. Ter direito a um salário é ter um empregador que está obrigado a pagá-lo. Se, ao contrário, sou eu mesmo o titular do direito e da obrigação de satisfazê-lo, é claro que não tenho direito nenhum, apenas a obrigação. É assim que os luminares do MEC entendem a educação gratuita: as pobres crianças brasileiras, por serem titulares desse direito, são obrigadas a engolir a cafajestada estatal inteira que se transmite nas escolas, sob pena de que seus pais sejam enviados à cadeia. Isso não é um direito: é uma imposição e um castigo. Para sofrê-lo, basta ser criança e inocente.
O pior é que os apologistas dessa coisa nem reparam na impropriedade do vocabulário com que a defendem, indício não só de suas más intenções como também da sua falta da cultura superior indispensável aos cargos que ocupam na Educação nacional. Segundo a agência de notícias da Câmara dos Deputados, o diretor de Concepções e Orientações Curriculares do Ministério, Carlos Artexes Simões, acredita que "a obrigatoriedade de o Estado garantir o ensino fundamental, conforme prevê a Constituição, deve ser exercida na escola". Qual o nexo lógico que essa criatura crê enxergar entre a obrigação estatal de garantir isto ou aquilo e o direito de o governo mandar para a cadeia quem prescinda desse suposto benefício? Desde quando a obrigação de um se converte automaticamente em obrigação de outro, e, pior ainda, em obrigação do titular do direito correspondente? O Estado tem também a obrigação de garantir assistência médica: deveriam então ser processados e presos os cidadãos que recorram a um médico particular, poupando aos cofres públicos uma despesa desnecessária? O Estado tem a obrigação de pagar aposentadorias: nunca fui buscar a minha, à qual tenho direito há mais de uma década. Não fui buscá-la porque ainda estou forte e saudável, graças a Deus, e fico feliz de poupar ao Estado uma quantia que será melhor empregada em benefício de doentes e incapacitados. Devo ser preso por isso? Quanto custa ao Estado a educação de uma criança? Se um indivíduo tem seus impostos em dia e ainda, possuindo dons de educador, dá instrução a seus filhos em casa, cabe ao Estado ser grato ao cidadão exemplar que o auxilia duplamente, com seu dinheiro e com seus serviços, sem nada pedir em troca. Punir essa conduta honrosa é inversão total da moralidade. Sendo nosso governo o que é, não se poderia mesmo esperar dele outra coisa.
Em terceiro lugar, qual a oposição lógica que esses loucos crêem existir entre o homeschooling e o direito à educação gratuita? Imaginam eles que os pais cobram mensalidades dos filhos para educá-los em casa? A coisa é de um contrasenso tão evidente que não percebê-lo à primeira vista indica deficiência mental.
Por fim, o próprio Carlos Artexes Simões não percebe a monstruosidade comunofascista que profere ao declarar que "a escola ainda é a vanguarda do ponto de vista do conhecimento necessário para a construção de um Estado republicano". Por que as crianças deveriam ser usadas como tijolos para a construção deste ou daquele regime político que interesse ao sr. Simões? Se o regime fosse monárquico, isso mudaria em alguma coisa o conteúdo das disciplinas essenciais, como gramática, aritmética e ciências? Mesmo a História e a informação básica sobre direitos humanos não têm por que ser alteradas conforme as preferências do regime. Bem ao contrário: qualquer regime que exista só se legitima na medida em que se submeta aos valores e critérios universais dos quais a educação é portadora, em vez de torcê-los para amoldá-los à política do dia. Como expressão da cultura, a educação deve moldar o governo, não este a educação. Transformar a cultura e a educação em instrumentos do Estado foi o que fizeram Stalin, Hitler, Mussolini, Mao, Fidel Castro e Pol-Pot. O sr. Simões defende essa concepção com a naturalidade sonsa de quem não é capaz de enxergar nada acima de uma política mesquinha, abjeta, oportunista. Talvez ele não o note, mas o que ele entende por educação é manipulação, é abuso intelectual de menores.
Mais desprezível ainda se torna a sua opinião quando ele acrescenta que a escola não visa só à educação, mas à socialização. Não sabe ele que tipo de socialização nossas crianças encontram nas escolas públicas? Não sabe que estas são fábricas de desajustados, de delinqüentes, de criminosos? Não sabe que, em nome da socialização, as condutas piores e mais violentas são ali incentivadas pelo próprio governo que ele representa? Não sabe que agredir professores, destruir o patrimônio das escolas, consumir drogas, entregar-se a obscenidades em público, são atos considerados normais e até desejáveis nessas instituições do inferno? Não sabe ele que há um crescimento proporcional direto da criminalidade infanto-juvenil à medida que se amplia a escolarização?
Por que se faz de inocente, defendendo a escola em abstrato, como um arquétipo platônico, fingindo ignorar a realidade miserável que as escolas públicas brasileiras impõem a seus alunos, ou melhor, às suas vítimas? Por que finge ignorar que, além da deformidade moral e social que ali aprendem, tudo o que os nossos estudantes adquirem nessas instituições é a formação necessária para tirar, sempre e sistematicamente, as piores notas do mundo nas avaliações internacionais?
Com que direito o fornecedor de lixo, de veneno, de dejetos, há de punir quem se recuse a ingeri-los, ou a dá-los a seus filhos?
O que se deve questionar não é o direito de os pais educarem seus filhos em casa: é o direito de politiqueiros e manipuladores ideológicos interferirem na educação das crianças brasileiras. É o próprio direito de o Estado mandar e desmandar numa instituição que o antecede de milênios e à qual ele deve o seu próprio ingresso na existência. Muito antes de que o Estado moderno aparecesse sequer como concepção abstrata, as escolas para crianças e adolescentes, anexas aos monastérios e catedrais (e nem falo das grandes universidades), já haviam alcançado um nível de perfeição que nunca mais puderam recuperar desde que a educação caiu sob o domínio dos políticos.
Se queremos melhorar a educação nacional, a primeira coisa que temos de fazer é tirá-la do controle de manipuladores e demagogos que não se educaram nem sequer a si próprios, a começar pelo sr. presidente da República, que se vangloria obscenamente de sua incapacidade de ler livros.
Publicado no Diário do Comércio com o título “Os novos demiurgos (2)”. Diário do Comércio, 23 de outubro de 2009
Sobre esse assunto, confira também o artigo Os novos demiurgos.
Divulgação: Blog Escola em Casa: http://www.escolaemcasa.blogspot.com/

Link Correto!!


quarta-feira, 28 de outubro de 2009

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Dietrich von Hildebrand



Excelente livro!








CAVALO DE TRÓIA NA CIDADE DE DEUS - Dietrich von Hildebrand





LINK:http://www.4shared.com/file/144101450/ba0576e3/Cavalo_de_Tria_na_Cidade_de_Deus.html

Cartas Pastorais de Dom Antônio de Castro Mayer


Depois de uma prolongada ausência nas postagens, fico muito feliz em poder ofertar aos leitores deste blog as cartas pastorais de S.Exª Revª Dom Antônio de Castro Mayer, leiam e divulguem!


quarta-feira, 21 de outubro de 2009

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Hoje, dia de São Paulo da Cruz, fundador dos Passionistas.



É na cruz que o Santo Amor a alma amante purifica


Quando férvida constante a Ele toda se dedica...


Quem me dera descrever o tesouro tão divino


que o grande Deus Uno e Trino


colocou no padecer


Mais ainda é felizardo quem no seu puro penar


é em Cristo transformado sem a sombra do gozar


É na cruz que o Santo Amor a alma amante purifica


Quando férvida constante a Ele toda se dedica...


Quão feliz o coração que, na cruz abandonado,


se consome em santo amor entre os amplexos do Amado!


Oh, feliz é quem padece sem apego a seu sofrer, Para mais amar


Quem o fere, só buscando a si morrer.


É na cruz que o Santo Amor a alma amante purifica

quinta-feira, 15 de outubro de 2009


Trecho maravilhoso que achei na minha obra favorita de Gustavo Corção:


"Mas ao leitor de boa vontade, que desejar sinceramente descobrir como é profundo e antigo esse problema da objetividade, eu devo uma ressalva, No sentido clássico, aristotélico ou platônico, a opinião é uma categoria da inteligência com irrefutáveis direitos de cidade. Nesse sentido, Bloy podia se pronunciar sobre literatura francesa ou sobre arte dos zulos, como também eu, a rigor, não tenho outra coisa a propor sobre Machado ou Picasso. Mas mesmo no sentido clássico a opinião é uma categoria pobre, e por isso dizia Fédon: “Almas decaídas e impuras tem a opinião por alimento e não a verdade.”


Gustavo Corção, A Descoberta do Outro

Hoje, dia de Santa Teresa de Ávila - Esplendor do Carmelo


VERSOS NACIDOS AL FUEGO DEL AMOR

Vivo sin vivir en mí, y de tal manera espero, que muero porque no muero.

Vivo ya fuera de mí después que muero de amor; porque vivo en el Señor, que me quiso para sí; cuando el corazón le di puse en él este letrero: que muero porque no muero.

Esta divina prisión del amor con que yo vivo ha hecho a Dios mi cautivo, y libre mi corazón; y causa en mí tal pasión ver a Dios mi prisionero, que muero porque no muero.

¡Ay, qué larga es esta vida! ¡Qué duros estos destierros, esta cárcel, estos hierros en que el alma está metida! Sólo esperar la salida me causa dolor tan fiero, que muero porque no muero.

¡Ay, qué vida tan amarga do no se goza el Señor! Porque si es dulce el amor, no lo es la esperanza larga. Quíteme Dios esta carga, más pesada que el acero, que muero porque no muero.

Sólo con la confianza vivo de que he de morir, porque muriendo, el vivir me asegura mi esperanza. Muerte do el vivir se alcanza, no te tardes, que te espero, que muero porque no muero.

Mira que el amor es fuerte, vida, no me seas molesta; mira que sólo te resta, para ganarte, perderte. Venga ya la dulce muerte, el morir venga ligero, que muero porque no muero.

Aquella vida de arriba es la vida verdadera; hasta que esta vida muera, no se goza estando viva. Muerte, no me seas esquiva; viva muriendo primero, que muero porque no muero.

Vida, ¿qué puedo yo darle a mi Dios, que vive en mí, si no es el perderte a ti para mejor a Él gozarle? Quiero muriendo alcanzarle, pues tanto a mi Amado quiero, que muero porque no muero.

Santa Teresa d’Ávila
Obras Completas, Burgos, Editorial "Monte Carmelo”

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Podridão

"E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o
fiel com o infiel? 2 Córíntios 6,15

Fonte da foto: http://advhaereses.blogspot.com/

Belíssima Poesia



A Confiança na Divina Providência


Tenho em Tua divina Providência
Uma inquebrantável confiança,
Ó Jesus, volta e retorna a mim
Porque me abandono toda em Ti.


No dia em que me disseste: “Vem a mim”,
Jesus, respondi a Tua voz
Então, quantas lágrimas verti
Oh, lembras-Te de minhas angustias?…


Lembras-te de meu santo desejo
De responder a Teu divino apelo,
De viver solitária no Carmelo,
De Te consagrar minha fraca vida?


Perdoa um momento de impaciência,
Senhor, faltou-me a confiança,
Mas pensa, tinha um tal desejo
De deixar tudo por Ti, de sofrer.


Mas não me desolarei mais,
Prometo-Te, ó meu Jesus.
Me abandono à Tua Providencia,
Nada alterara minha confiança.


Jesus, meu Salvador, Bondade Suprema,
Apesar de meu desejo, ardente, extremo,
Não aspiro, ideal Beleza,
Senão a fazer sempre Tua vontade.


Jesus em quem minha esperança se funde,
Se não posso responder a Tua voz,
Oh, quem poderá ao menos, neste mundo
Me impedir de me dar a Ti?…


Quem poderá arrebatar-me Teu Amor,
Divino Esposo, Jesus, ó minha vida!
Amar-Te e Te devolver Teu Amor,
Tal foi sempre meu santo desejo.


Oh, acalma-te, minha impaciência!
Minha alma, em Santa Providencia.
Abandona teus mais caros desejos,
Ele goste de te ver assim sofrer.


Neste mundo, neste vale sombrio,
Jesus, Tu dignas-Te reservar-me
Uma parte doce, uma parte feliz
Que o Mundo não me pode roubar.


Por esta parte que me escolheste,
Ó meu Deus, durante toda a minha vida,
O grito de meu coração será “Obrigado”.
Oh! Sim, obrigado, meu Celeste Amigo.


Agora abandono-me a Ti,
Numa deliciosa confiança.
Glória à Tua divina Providencia,
Glória a Deus, glória sempre a Ti!


Beata Elisabete da Trindade (beatificada em 2005)

Poesia composta entre 8 e 29 de maio de 1898)

Fonte: Carmelo São José – Ordem Carmelita Descalça (Cruz Alta-RS)
PERDÃO Á TODOS PELO SILÊNCIO, PELA AUSÊNCIA, EM BREVE ESTAREI DE VOLTA.
PERDÃO Á TODOS PELO SILÊNCIO, PELA AUSÊNCIA, EM BREVE ESTAREI DE VOLTA.